31 de outubro de 2012

Campeonato de Skate tem apoio da Juventude Metalúrgica de Sorocaba


O projeto Jovens Radicais realizará com amigos, parceiros e patrocinadores, a mega festa "Skate and Constroy", em Sorocaba, no dia 10 de novembro, no skatepark do Parque das Águas. O evento conta com o apoio do coletivo de juventude do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e região, todas as lojas de skate do município e também da prefeitura.

Segundo a organização geral do evento, as inscrições começarão às 8h30 ao custo de R$ 10,00. A cada bateria, os participantes estarão indentificados com pulseiras, obedecendo a ordem de chamada feita pelo narrador.

Toda a verba será destinada a ampliação da área de street, para uma futura escola social de skate localizada na igreja batista independente no, Jd. São Paulo, em Sorocaba.

A "Jam Session" será separada por categorias:

- Até 14 anos: (mini ramp/street)
- Acima de 14 anos: (banks/street)
- Feminino: (open)

Tempo por bateria será de 30 minutos:

-20 minutos (aquecimento) .
-10 minutos (jam session).
Formato das baterias: “Jam Session”, Street e Vert.
 
O “Skate and Constroy” não será um campeonato e sim uma festa, onde os atletas e suas manobras serão julgadas pelo próprio público presente. A sequência das baterias serão realizadas de acordo com as modalidades e idades. A cada manobra ou linha que faça a galera vibrar, serão destribuídos prêmios doados pelos apoiadores como shapes, trucks, camisetas, bonés, lixas, etc.

O evento conta também com a apresentação de bandas regionais e a presença do artista plástico Will Ferreira e convidados, com a demonstração de seu trabalho.

Mais informações:
Johnny (coordenador e responsável geral)
Fone: (15) 8115-6918 / (15) 9802-0161 / (15) 91617519

30 de outubro de 2012

Coletivo de Juventude da CUT-RJ leva a pauta do Trabalho Decente para a Central do Brasil

Thiara Nascimento durante ato no Rio de Janeiro
A ocupação da Central do Brasil foi a atividade determinada pelo Coletivo de Juventude da CUT-RJ para popularizar as bandeiras de luta pelo trabalho decente. Essa foi mais uma das atividades promovidas para a Jornada Mundial pelo Trabalho Decente. A panfletagem na Central contou com a participação de Robson Souza ( Sintrafrio) e Jadir Batista (CUT-RJ). Também participaram Maria do Céu Carvalho, secretária de Formação da CUT-RJ ,Thiara Nascimento, secretária de juventude e os membros do coletivo de juventude: Rodrigo Concli (Bancários), Maurício Rossi (Oposição Sepe) e Luis Fernando Palazzi (Metalúrgicos). Ao microfone, os sindicalistas falaram sobre a importância da agenda do trabalho decente na estratégia da CUT e alertaram à população sobre o alto índice de desemprego juvenil, tema da Jornada esse ano.
 
Em todo o mundo são mais de 75 milhões de jovens desempregados, segundo a Organização Internacional do Trabalho – OIT. Entre 2007 e 2011, o desemprego entre jovens no Brasil, caiu de 21,8% para 15,2%. No entanto, no Rio de Janeiro esse índice ainda é elevado, 19,5%. Entre esses, há um grande número de jovens mulheres que não trabalham ou estudam, pois faltam políticas de apoio à conciliação de estudos trabalho e vida familiar. Muitas dessas jovens já são mães ou acabam cuidando de seus irmãos menores, para que suas mães possam trabalhar, afirma Lais Wendel Abramo - diretora do escritório da Organização Internacional do Trabalho no Brasil. As mais penalizadas com essa situação são as jovens negras que, com poucas alternativas, recorrem à informalidade para sobreviver. Sendo assim, profissões que não exigem escolaridade se tornam o destino dessas jovens, perpetuando a condição de pobreza em que vivem.
 
Segundo a Unesco, a falta de qualificação entre os jovens é a maior causa do desemprego. O 10° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos mostrou que a população jovem do mundo é a maior que já existiu e que um em cada oito jovens está desempregado. Além disso, mais de 25% estão em trabalhos que os deixam na linha da pobreza ou abaixo dela, com rendimento inferior a US$1,25 por dia.
 
Segundo a diretora da OIT, em todos os indicadores de mercado de trabalho existe uma diferença grande entre brancos e negros. “As mulheres negras estão sempre na pior situação porque elas acabam vivenciando uma dupla desigualdade e, até 2009, cerca de 28% delas estavam fora do mercado de trabalho.  Entre brancos e negros, os níveis da desigualdade ainda são elevados, pois, historicamente, os negros são de escolaridade inferior. No entanto, mesmo quando analisados negros e brancos na mesma faixa de escolaridade, os negros recebem cerca de 30% menos que os brancos”, ressaltou. Para ela, políticas de ação afirmativas, como Programa Universidade para Todos (Prouni) e cotas para negros nas universidades, têm ajudado a combater essa desigualdade histórica.

Os participantes se mostraram satisfeitos com a atividade na Central do Brasil. Muitas pessoas pararam para escutar as falas, fazer perguntas e também denúncias sobre problemas em seus locais de trabalho. O local de grande movimentação de  trabalhadores no Centro do Rio de Janeiro deverá ser utilizado para ações sindicais da CUT de forma permanente, conforme deliberação do seminário de planejamento da direção da central.
 
Por Thiara Nascimento - Secretária de Juventude CUT-RJ e CONTAC – Confederação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação da CUT.

29 de outubro de 2012

CUT-DF lança Coletivo de Juventude

Dirigentes vão formular uma plataforma em defesa dos/as jovens, cobrando do governo comprometimento com as reivindicações da juventude trabalhadora
 
Cerca de 25% da população economicamente ativa tem entre 19 e 25 anos. Mesmo assim, esta parcela representativa da sociedade constitui um dos segmentos mais frágeis na disputa por um posto de trabalho e representa o grupo que encara o problema do desemprego de forma mais latente. E quando o jovem consegue uma ocupação, normalmente as características podem ser adjetivadas como menos regular e mais precarizada. Com o intuito de inserir o jovem como personagem ativo na formulação de políticas públicas, tornando assim o cenário social mais favorável ao grupo, a CUT-DF lançou na quarta-feira (24) o Coletivo de Juventude da CUT-DF.
 
De acordo com o secretário de Juventude da CUT Nacional, Alfredo Santos, “a juventude não pode ser objeto de política. Ela tem que ser sujeito de política”. Para ele, somente com a inserção dos jovens nos espaços políticos, como direções sindicais e parlamento, será possível construir “um modelo alternativo e democrático popular com horizontes transitórios para a sociedade socialista”.
 
Alfredo ainda ressaltou que o cenário a ser estabelecido na América Latina após o período da crise econômica europeia dependerá essencialmente da organização da classe trabalhadora, em especial dos jovens. “Na Europa, a gente vê o aumento da austeridade fiscal e da direita. Na América Latina, a construção do cenário pós-transitório dependerá de nós”, afirma.
 
Apesar de o Distrito Federal mostrar índices alarmantes quando analisados o segmento de jovens, o integrante da Coordenadoria de Juventude do GDF, Yuri Soares, informou durante o lançamento do Coletivo de Juventude da CUT-DF que o governo do DF projeta ações importantes para a construção de políticas públicas para a juventude. Yuri Soares disse que, atualmente, a Coordenadoria tem dois projetos: a criação de Centros de Juventude nas cidades do DF, onde serão desenvolvidas atividades de lazer, cultura, debates; e a criação dos Conselhos de Juventude, que funcionarão como órgãos fiscalizadores do governo, além de propor políticas públicas.
 
A proposta da implementação dos Conselhos de Juventude foi apresentada na forma de projeto de lei, que está em apreciação na Câmara Legislativa. “É preciso que os sindicatos e o movimento social realize debates sobre o processo de eleição dos Conselhos, que ainda não está acertado”, aconselha Yuri Soares.
 
Políticas Nacionais
Durante o lançamento do Coletivo de Juventude da CUT-DF, o dirigente da CUT Pernambuco, Paulo de Souza, lembrou que durante os governos Lula e Dilma foram tomadas várias iniciativas que beneficiaram a juventude, ainda não suficientes para dar ao grupo isonomia de condições com outros segmentos da sociedade.
 
Em 2005 foi criada a Lei 11.129/2005, que institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem; cria o Conselho Nacional da Juventude – Conjuve e a Secretaria Nacional de Juventude. O Conjuve, que conta com a representação da CUT, tem, entre suas atribuições, a de formular e propor diretrizes voltadas para as políticas públicas de juventude, desenvolver estudos e pesquisas sobre a realidade socioeconômica dos jovens e promover o intercâmbio entre as organizações juvenis nacionais e internacionais.
 
O dirigente cutista também citou a PEC da Juventude, transformada na Emenda Constitucional nº 65, insere o termo jovem no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal, assegurando ao segmento direitos que já foram garantidos constitucionalmente às crianças, adolescentes, idosos, indígenas e mulheres.
 
Na falação de Paulo de Souza, o dirigente ainda informou que o Estatuto da Juventude, já aprovado pela Câmara dos Deputados, tem relatoria no Senado Federal por Paulo Paim (PT-RS), que já anunciou a intenção de aprovar o Estatuto ainda este ano.
 
Formação
A política de formação da CUT, um processo contínuo, trabalha a consciência do dirigente sindical para combater os tipos de discriminação através de dimensões política, culturais e técnicas, de forma libertária e reflexiva. “A formação é o empoderamento da liderança sindical”, avalia a secretária de Formação da CUT-DF, Bernardete Diniz.
 
De acordo com a dirigente, a CUT-DF trabalhará uma parceria entre as secretarias de Juventude e de Formação para realizar o trabalho também com os jovens, preparando-os para ocupar os espaços de liderança sindical.
 
“Este primeiro momento do Coletivo de Juventude da CUT-DF foi muito produtivo. Aqui tivemos o embasamento para a luta. Continuaremos nos reunindo para formular uma plataforma em defesa do jovem, cobrando do governo o cumprimento das nossas reivindicações”, avaliou o secretário de Juventude da CUT-DF, Douglas de Almeida.
 
Fonte: CUT-DF

26 de outubro de 2012

Lei de Cotas é a 'nova abolição', diz ativista

Presidente do Movimento dos Sem Universidade diz que medida democratiza o ensino e ajuda a preencher lacunas deixadas pela Lei Áurea
 
O dia 15 de outubro de 2012 é uma data de festa para o economista Sérgio José Custódio, presidente do Movimento dos Sem Universidade (MSU). O motivo da comemoração está publicado na Seção I do Diário Oficial da União: a regulamentação da lei que determina a reserva de, no mínimo, cinquenta por cento das vagas em instituições federais vinculadas ao Ministério da Educação para estudantes que tenham cursado integralmente o Ensino Médio em escolas públicas, além das cotas raciais.
 
Para ele, trata-se de uma conquista memorável, cuja dimensão a é de uma nova abolição, “no sentido de garantir as condições objetivas e subjetivas para uma distribuição de renda, para a entrada do país na era do conhecimento e para que mitos da realidade brasileira sejam combatidos de fato, com políticas públicas – como o mito da democracia racial”.
 
Com a regulamentação da medida, 12,5% das matrículas em 59 universidades federais brasileiras serão reservadas para cotistas já em 2013. Esse percentual será elevado nos anos seguintes até chegar ao mínimo de 50% em 30 de agosto de 2016. A lei, aplicável em cada processo seletivo por curso e turno, contempla também um critério social, já que metade das vagas reservadas serão destinadas a candidatos cuja renda bruta por pessoa seja igual ou inferior a “um inteiro e cinco décimos” de salário mínimo.
 
O presidente do MSU se sente aliviado com a conquista, mas afirma que “a luta não acabou”. Para ele, é preciso que o Estado possa garantir a permanência no Ensino Superior para que o aluno extraia dali o melhor, e não “para entrar na fila da esmola dentro da universidade”.
 
Custódio nasceu em um bairro rural do município de Barão de Antonina, sudoeste do estado de São Paulo, na divisa com o Paraná. Filho de costureira e de lavrador, trabalha desde os sete anos e sempre foi aluno de escola pública. Formado em Economia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e estudante do mestrado em Ciências Humanas e Sociais da UFABC (Universidade Federal do ABC), é um dos criadores do MSU no início dos anos 2000.
 
Seu objetivo é fazer com que pessoas como ele, “exceções que estampam capa de revista”, não sirvam de respaldo para afastar do debate político as medidas de democratização do ensino de qualidade no Brasil. “É um apartheid comunicativo, no qual exceções viram manchetes de jornal, viram capa para justificar as cotas do privilégio”, diz.
 
Carta Maior – O que significa, para o senhor e para o MSU, o fato de a Lei de Cotas estar publicada e regulamentada no Diário Oficial?
 
Sérgio José Custódio – Significa uma nova abolição na história do Brasil. É um novo tempo, um gesto da presidenta Dilma Rousseff que resolve um problema histórico que a abolição deixou. A abolição foi feita com dois parágrafos. “Decreta-se abolida a escravidão no Brasil” e “Revogam-se as disposições em contrário” (1988). Ao negro não se falou da casa, da escola, da terra, do trabalho, da renda, de nada. Por isso, a dimensão do que foi aprovado é de uma nova abolição. Além disso, quebra o paradigma neoliberal imposto ao país nos anos 90 porque a lei trata com dignidade a escola pública, que é um bem público. É uma nova abolição no sentido dos povos negro e indígena brasileiros e também porque é uma aposta na escola pública, que sofreu todo tipo de ataque. E é um elemento estruturante da chamada mudança social no país, que foi o alargamento daquilo que se chama de nova classe média, que são trabalhadores e trabalhadoras que tiveram mudanças nas suas vidas, uma ascensão social. Cria-se uma ponte entre a escola pública e a universidade pública e valoriza-se o ensino técnico. Desenha-se no Brasil um movimento estruturante do Estado brasileiro no sentido de garantir as condições objetivas e subjetivas para uma distribuição de renda, para a entrada do país na era do conhecimento e para que mitos da realidade brasileira sejam combatidos de fato, com políticas públicas – como o mito da democracia racial.
 
CM – Um argumento que sempre está no discurso dos opositores à política de cotas diz que a lei provoca uma queda da qualidade da universidade pública, por um lado, e um esquecimento em relação à escola pública, de outro. Esse argumento é falacioso?
 
SJC – É falacioso porque desconsidera a educação como um processo coletivo e a coloca como um processo individual. 5,79 milhões de pessoas farão o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em novembro. Isso significa que a maioria veio da escola pública. Significa que o sonho de ir à universidade passa a ser compartilhado por uma geração inteira e pelas famílias dessas camadas populares brasileiras. Isso repercute dentro da sala de aula de uma escola pública, repercute nas famílias. Há um esforço competitivo em dominar conhecimento. Ao tirar a luz do indivíduo e colocar na instituição, na escola pública, naquele povo que construiu este país com seu sangue, que é o povo negro, e no povo indígena, a lei aproxima as diferenças étnicas no país, que estavam separadas, para um mesmo ambiente. Isso gera maturidade e um novo ambiente cultural na universidade. Então, é um choque de qualidade na universidade. Obviamente, do mesmo jeito que aquele menino que passou na peneira do Flamengo e veste a camisa do time, [o aluno cotista] vai dar o sangue para ocupar a posição de titular. E esse titular vai ser o futuro médico do sistema público do sistema de saúde, um futuro engenheiro, um futuro pesquisador. E a lei tem outra grande dimensão: ela reserva vaga por turno e por curso. Portanto, vai acabar também o escanteamento, em alguns lugares, das camadas populares. Isso dá um choque de qualidade na pauta de pesquisa científica, desde a iniciação científica à pós-graduação, e aproxima, por exemplo, a história da África, que passa a ser ensinada por professores negros. A visão do projeto é republicana, da educação como um direito, como um bem público, ao contrário da ladainha neoliberal, que colocava a educação como mercadoria.
 
CM – Com o decreto firmado em Diário Oficial, a luta do MSU e dos movimentos de educação acabou?
 
SJC – A luta não acabou, ela continua. Se nós imaginarmos que, no Brasil, essa luta saiu primeiramente do Movimento dos Sem Universidade (MSU), do movimento negro, do movimento indígena e dos cursinhos populares espalhados pela periferia até chegar a Brasília, você vê, ao longo desses 10 anos, vários episódios. É uma luta que continua porque nós não acreditamos mais em política pública sem participação popular na gestão dessa política. Nós temos expectativa de que o Ministério da Educação institua um conselho de acompanhamento social da lei de cotas equivalente ao que tem no ProUni, por exemplo. Nós temos expectativas de que essa política seja intersetorial porque, dada a enorme e trágica desigualdade social brasileira, é preciso que o Estado garanta a permanência na universidade. Novamente, essa lei é um novo paradigma na educação porque o discurso neoliberal falava que a universidade tinha que separar o que era atividade-fim da atividade-meio. Comer, ter livro, ter laptop, ir ao cinema, na ética neoliberal, era atividade-meio, e a universidade e o Estado não precisavam se preocupar com isso. Isso era deixado à sorte individual, pela lei do mais forte. Hoje o país tem condições de usar o Fies, o sistema de financiamento que existe para o setor privado, para as famílias que estão na chamada classe média e querem que seus filhos estudem na universidade pública, mas para extrair dali o melhor, e não para entrar na fila da esmola dentro da universidade. Então, o financiamento do Fies tem que ser estendido para esses estudantes, seja para a compra de livros, computadores, que são caros no Brasil. Comer também é fundamental. É preciso estreitar a relação com restaurantes populares, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, como forma de ter nas universidades um bandejão. O mesmo vale para a moradia estudantil, tal como foi criada na Unicamp, por exemplo, em que era um projeto de edificar uma universidade, de fincar um pensamento nacional. É essa ética que nós também queremos com esse novo projeto de lei: que as universidades passem a criar moradias. Isso interessa para o sistema produtivo nacional, para as empreiteiras, e é barato. Interessa para as universidades, que precisam ser estruturadas. Este país precisa de doutorandos, de mestrandos, e a moradia estudantil faz parte dessas condições objetivas para garantir o conforto para a produção intelectual.
 
CM – A aprovação da lei de cotas não foi um processo tranquilo. Ao contrário: os setores que se opuseram a ela o fizeram de modo contundente. Quais foram os principais desafios que os movimentos sociais enfrentaram ao longo desses anos?
SJC – Os principais problemas foram de ordem política, na arena do Congresso Nacional, e da ordem da comunicação – o filtro daquilo que acontecia e era passado ao restante do país. Nós conseguimos, num primeiro momento, um acordo político que as pessoas achavam impossível, que foi o acordo na Comissão de Educação da Câmara, que aprovou o projeto por unanimidade. O então PL 73 passou a ser o carro-chefe da lei de cotas – projeto da deputada Nice Lobão, do então PFL, junto com a relatoria do deputado Carlos Abicalil, então do PT. Esse acordo foi feito por conta da pressão dos movimentos sociais porque eram partidos distintos e, no caso da deputada Nice Lobão, não era a posição do PFL, mas a posição dela. Na Comissão de Direitos Humanos, teve uma atenção muito grande. Mas, naquele momento, alguns setores da intelectualidade, liderados pela antropóloga Yvonne Maggie, da UFRJ, lançaram um manifesto contra. Nós conseguimos vencer isso quando foi a matéria foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em 2005. A partir daí, houve uma grande campanha orquestrada por setores da mídia contra o projeto, com grandes jornais e uma famosa revista semanal. O então líder do PSDB, Alberto Goldman, e o líder do PFL, Rodrigo Maia, apresentaram recurso ao plenário da Câmara, o que travou o projeto por lá até 2008. Mas, em 2008, havia uma nova situação e nós fizemos um trabalho de coleta de assinaturas em um corpo a corpo com cada parlamentar. Foi um trabalho em que o MSU se fez presente no cotidiano da Câmara e nós passamos a visitar as grandes bancadas, as grandes reuniões tanto partidárias quanto interpartidárias. Deu um conjunto de 270 assinaturas, que compunha a maioria. No dia 19 de novembro de 2008, depois de várias tentativas de colocar em votação o projeto, nós conseguimos fazer um acordo e o levamos à Presidência da Câmara. Comunicamos o Gilberto Carvalho, da presidência da república, ele aceitou o acordo também. Eu estava na Câmara, sem ter onde dormir, e o então deputado Vicentinho me levou para o apartamento funcional dele. Acordamos cedo e, no dia seguinte, o Chinaglia colocou em pauta. Foi simbólico porque foi no dia de Zumbi de Palmares, dia 20 de novembro de 2008, que foi a votação.
 
CM – E quanto às batalhas no Senado, travadas mais recentemente?
SJC – Este foi o segundo momento. Foi uma batalha com dois senhores: Marco Maciel e Demóstenes Torres. Obviamente, nós estávamos muito entusiasmados em 2008 e achávamos que seria uma questão de segundos porque tínhamos participado da luta pela aprovação do ProUni e tínhamos feito rapidamente esse circuito Câmara-Senado. Mas, no Senado, o que vimos foi um teatro de horrores porque toda ancestralidade dos preconceitos brasileiros foram mobilizados contra nós, tanto pela mídia como por aquilo que a gente chama de uma coalizão anticotas, liderada pelo Demóstenes Torres. A audiência pública foi adiada até o limite para não acontecer, para não dar tempo de aprovar o projeto. Aprovado o projeto na CCJ, ele teria uma tramitação rápida. Não deixaram ler o pedido de urgência no Plenário – tínhamos maioria, mas o Demóstenes obstruía, ficava de plantão. Quando ele assumiu a presidência da CCJ, em 2009, ele, que estava como juiz e advogado, cria um discurso nacional. Ali foram os momentos mais violentos de enfrentamento no sentido da violência simbólica e da violência discursiva. Criamos um comitê brasileiro pela aprovação do projeto, que reuniu o movimento de educação, o movimento indígena e o movimento negro; fizemos a denúncia do neobranqueamento no Senado; fizemos diversos abaixo-assinados e não aceitamos as proposições do Demóstenes, que eram duas: ele topava votar se reduzisse o percentual da escola pública e se tirasse a questão racial do projeto, que branqueasse o projeto. Nós negamos esse acordo porque nosso argumento era bem simples: qualquer número diferente de 50% era arbitrário para qualquer um dos lados. Se fosse para considerar o peso real da escola pública, tinha que elevar a 88%. Nós já estávamos cedendo. Creio que ali foi o maior enfrentamento e, quando ele perde a CCJ, leva a decisão ao STF para impedir a votação. Então, ele judicializou o projeto de cotas quando mobilizou advogados e o partido. Ali você vê ao vivo e a cores as ofensas, que ficaram registradas, quando ele disse indiretamente que não houve estupro na escravidão, que o sexo foi consensual, e disse que o escravo foi o primeiro produto de exportação do Brasil. O Demóstenes que conhecemos desde dezembro de 2009 foi um feroz sinhozinho e, quando caiu a máscara dele com as denúncias, para nós, não era novidade, porque todo sinhozinho tem seu pé-de-meia muito bem feito.
 
CM – Em todas as reuniões feitas junto ao governo, como aquela realizada na segunda-feira (8/10), quais movimentos sociais estavam presentes?
SJC – Muitos movimentos, estava bem legítimo. O que nós requeremos é que o movimento indígena, o movimento negro e o movimento de educação estejam presentes. Acho que, nesse sentido, o Ministério da Educação entendeu. E, particularmente, que fosse reconhecido o protagonismo, até porque a aprovação dessa lei é didática para a democracia brasileira. Significa que a sociedade e os novíssimos movimentos sociais lutaram para construir leis no sentido de garantir direitos. Manter o diálogo com Ministério da Educação é condição para sustentar a existência desse projeto, até porque, pela história brasileira, ninguém dá o braço a torcer. Nós acreditamos que esses setores anunciam uma verdadeira guerra contra o Enem e contra a lei e cotas. Vamos vivenciar novas cenas...
 
CM – Quais, por exemplo?
SJC – A mobilização dos estigmas e do preconceito, a mobilização conservadora, a ação nas redes sociais, de caráter individual, e de movimentos proto-racistas e preconceituosos. Nós vivemos isso. Houve uma reação contra o MSU, por exemplo, da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade), que é prova desse movimento ultraconservador que nos avizinha. Como a escola pública nunca vai ser anunciante de grandes revistas e nem financiadora de campanha eleitoral, a história nos mostra que também terá um ataque contra a escola pública tentando desqualificá-la. É preciso que se diga que o país produziu indústrias perversas – por exemplo, uma indústria do vestibular e da educação. É uma indústria de uma educação artificializada, que não produz, mas reproduz conhecimento e mantém a elite com os dentes de fora nas suas posições de reprodução da desigualdade no país. O padrão de renda no país é tão desigual que, se a chamada nova classe média, muito pela propaganda da indústria do vestibular, decidisse, num ato de loucura, colocar seus filhos na escola privada, não haveria dinheiro para fazer isso. E não há nada que garanta que aquela escola privada terá a qualidade vendida. É uma questão estrutural. O Estado acredita que apostar na escola pública é o caminho mais rápido para o próprio desenvolvimento do país. Esta lei não é contra o ensino privado porque 50% é um universo tão grande de mercado e, culturalmente, a universidade vai chegar a tanta gente, que variados produtos educacionais serão lançados.
 
CM – E quais atos palpáveis levam o senhor a dizer que estamos vivenciando um cenário de guerra na educação?
SJC – Em São Paulo, em 2006, houve quase 500 mortes na periferia, promovidas com a ação direta ou indireta do estado. A guerra se traduz, por exemplo, no genocídio da juventude negra em São Paulo; na opção do setor imobiliário por construir condomínio fechados; na existência, para cada policial, de cinco homens armados de segurança privada para proteger a propriedade. A guerra é real e, obviamente, a dimensão simbólica dela se traduz na educação. São Paulo foi o estado que por último aboliu a escravidão do café e, ainda ao abolir, não deu nenhuma indenização e nenhuma política pública para seus escravos. São Paulo faz uma política de perfumaria nas suas universidades, que precisa ser denunciada como um ingrediente da violência simbólica da guerra. A USP não tem cotas, mas tem uma cota do privilégio, que é um perfil social que ocupa os principais cursos. Não tem o negro dentro da USP, não tem o pobre dentro da USP, não tem a escola pública dentro da USP nos principais cursos e carreiras. Ora, a USP e a Unicamp são sustentadas com o dinheiro público. Além disso, foi São Paulo o centro de resistência contra a política de cotas. O Alberto Goldman, vice-governador do Estado, é o mesmo que liderou a campanha contra as cotas. O único senador que votou contra as cotas no Senado foi Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo, que estudou na USP com dinheiro de todos. A violência real tem uma dimensão na violência simbólica porque os espaços são segregados. E a guerra também é no campo da comunicação. É dito e repetido que é através da Fuvest que você será avaliado, que ela seleciona os melhores. Isso é uma piada de mal gosto, uma nojeira intelectual. A Fuvest seleciona os melhores economicamente. Basta olhar as estatísticas de propaganda que estampam os rostinhos bonitos aprovados pela Fuvest. O discurso do mérito é vendido como violência simbólica e atinge os pobres e os estudantes da escola pública porque os inferioriza, mexe com sua autoestima e não traz investimentos novos na escola pública. Esse apartheid é um registro da guerra. É um apartheid comunicativo, no qual exceções viram manchetes de jornal, viram capa para justificar as cotas do privilégio.
 
CM – Como você se tornou um brasileiro que, com dificuldade, fez um curso superior e cursa um mestrado em uma universidade pública?
SJC – O que me fez ir para a universidade foi a consciência política. Trabalhei na roça desde os sete anos de idade na Serra dos Pais, em Barão de Antonina, região considerada por muito tempo o ramal da fome no estado de São Paulo. Tinha um tempo em que era celeiro agrícola, mas, com as geadas, teve um declínio total da produção de feijão e café. Teve um êxodo rural tardio, do qual participei. Fomos trabalhar em Itaporanga e, quando meu pai morreu de Mal de Chagas, nós viemos a São José dos Campos – fui trabalhar na Kodac. Quando estudava na escola pública no Ensino Médio, formei minha consciência política no sentido de perceber tudo o que tinha acontecido comigo, e que não era um caso individual. Então fui para a universidade. Sou um estudante retardatário. Tive que abandonar a escola. Eu fazia um cursinho de manhã e trabalhava na fábrica das 15h à meia-noite. Acho que ir para a universidade e ver a diferença social foi dolorido demais, inclusive para minha família. Consegui, aos trancos e barrancos, me formar. E nós, na universidade, juntamos os negros, os pobres e iniciamos o processo dos cursinhos populares. Foi quando começamos a fazer um trabalho de educação popular resgatando a experiência com educação popular e com o movimento negro. Foi muito difícil fazer isso, naquela época, na Unicamp. Passei a trabalhar no Banco do Brasil como concursado, me casei e me formei já depois de casado. Então decidi que não queria mais trabalhar no banco e passei a fazer movimento social junto com o MSU.
 
CM – Como o MSU se tornou um interlocutor relevante no debate educacional no Brasil?
SJC – O trabalho bonito nas periferias de Osasco e de Guarulhos, em Cidade Tiradentes, no Jardim Ângela, no Campo Limpo, em Cidade Dutra, em Santo Amaro, na Zona Norte, a luta para transformar o Carandiru em universidade, a luta por universidade municipal, pela criação de um sistema público de bolsas – que deu no Prouni – foram as lutas que referenciaram o MSU. O movimento ficou muito famoso, por exemplo, quando fez manifestações para o Carandiru virar universidade. Apanhamos da polícia em frente ao Carandiru. Mas ficou mais famoso ainda quando se criou o Prouni. Só quem tinha trabalho real na periferia sabia da importância para as famílias da existência do Prouni. A maioria dos movimentos contra o programa só veio depois. Não era o caso dos movimentos que tinham trabalho de educação popular, como o MSU e o Educafro, que, na prática, deram a ideia. Lembro de conversas com o Haddad, do encontro com o Lula na campanha eleitoral, de que fomos falar no lançamento do Prouni. O então ministro Tarso Genro nos ligou e disse: “O protagonismo é de vocês. Vocês merecem!”. Ele chamou o povo lá. Ali nós tomamos a decisão de continuar a luta. E aquela experiência de ir ao Congresso, de sair da periferia, de lotar ônibus, de passar fome em Brasília... Acho que a gente fez como uma verdadeira missão, com a noção de que dava para conquistar, além do trabalho nos fins de semana nos cursinhos populares, eu sempre dei aula de história. Nós levamos a um reconhecimento prático. Conseguimos transitar de ministérios para as comissões em função da legitimidade da luta. O MSU não teve nenhum padrinho.
 
CM – Quando o movimento começa, de fato?
SJC – O nome “MSU” foi dado pelo Dom Pedro Casaldáliga na Unicamp. O MSU começa quando os trabalhos de cursinhos populares, que começam a existir na Unicamp, quebram com a ótica da ação de ONG e começam a ter causas gerais. Uma primeira causa é a questão da isenção da taxa de vestibular. As pessoas não conseguiam pagar a taxa para fazer o vestibular. Já havia reuniões de cursinhos populares, da pastoral da juventude, do movimento negro. A gente já fazia as reuniões, mas não tinha um nome. Quando o Dom Pedro falou, caiu como uma luva. O MSU existe enquanto movimento social, como um coletivo nacional.
 
CM – Esses resultados todos permitem uma comemoração?
SJC – A comemoração é uma das marcas do movimento popular. A coisa que mais alimenta a luta popular é a vitória. Nós jamais teríamos chegado à luta das cotas se não tivéssemos conquistado o Prouni, se não tivéssemos os cursinhos populares com apostilas, professores dando aulas com qualidades, mesmo que isso tenha sido feito aos trancos e barrancos. Isso precisa ser comemorado.
 
Fonte: Agência Carta Maior

25 de outubro de 2012

Presidente da ANP confirma participação no Fórum Social Palestina Livre em Porto Alegre

Em reunião com o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, Abu Mazen destaca importância “estratégica” do evento
 
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Abu Mazen, confirmou na tarde desta quinta-feira (18) a sua participação no Fórum Social Palestina Livre convocado para Porto Alegre-RS, nos dias 28,29 e 30 de novembro e 1º de dezembro.

Durante reunião na Palestina com o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, o líder da ANP disse que só não estará presente na capital gaúcha caso a data coincida com a votação na ONU (Organização das Nações Unidas) da entrada do seu país como “Estado observador”. “A realização do Fórum Social Palestino ajudará em muito a mobilização pelo reconhecimento do nosso país como Estado observador. Os ecos da sociedade brasileira e internacional soarão na ONU”, declarou Abu Mazen, se dizendo “muito impressionado” com o esforço da Central Única dos Trabalhadores do Brasil, dos movimentos sociais e das autoridades federais, estaduais e municipais, em prol da soberania do povo palestino.

“O presidente ficou encantado com a iniciativa e a dimensão da mobilização. Para ele, são ações que terão muita repercussão e representam, desde já, uma nova fase da solidariedade internacional”, declarou Claudir. Ao lado da assessora da Secretaria de Relações Internacionais da CUT, Clair Rupertt, Claudir visitou várias cidades da região e cumpriu uma extensa agenda junto às centrais sindicais PGFTU - filiada à Confederação Sindical Internacional (CSI) - e CGFW - filiada à Federação Sindical Mundial (FSM) -, Federação dos Novos Sindicatos, Ministério das Relações Exteriores, secretaria de organização do Fórum Social Mundial, a organização Stop the Wall e a grupos de juventude palestinos.

Conforme o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, que acompanhou a delegação cutista, o Fórum Social Palestino é desde já um êxito. “O FSPL dá continuidade a uma tradição de solidariedade do povo brasileiro, das suas entidades e de seus últimos governos, que têm defendido uma luta justa pela paz e pela soberania, pela independência e segurança de todos os países”, destacou.

Para o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício, “o momento é de ampliar a mobilização em prol de uma luta que sintetiza os ideais mais nobres da Humanidade, revertendo uma injustiça histórica”. “É inaceitável a continuidade da política de terrorismo de Estado praticada por Israel contra os palestinos, que lhes rouba suas terras e sua água, seus empregos, sua segurança e sua soberania. Em Porto Alegre, milhares de ativistas de todo o mundo estarão dizendo um basta à política de segregação e um sim ao congraçamento, ao direitos de todos os povos do mundo à sua autodeterminação, à sua felicidade, ao seu desenvolvimento livre e independente de quem quer que seja”, acrescentou João Felício.
 
Fonte: CUT

24 de outubro de 2012

Dia Nacional da Juventude convoca jovens a refletirem sobre projeto pessoal de vida

"Que vida vale a pena ser vivida?” O questionamento é o lema do Dia Nacional da Juventude deste ano. A data, celebrada nacionalmente pelas pastorais da juventude brasileiras e outras organizações sociais da igreja, tem o objetivo de convocar os/as jovens a refletirem sobre assuntos que fazem relação com suas vidas.
 
Com o tema "Juventude e Vida”, grupos juvenis de várias paróquias espalhadas por todo o Brasil realizarão atividades para refletir sobre a realidade local. Para Thiesco Crisóstomo, secretário nacional da Pastoral da Juventude (PJ), a temática deste ano convida os/as jovens a pensarem no futuro. "O tema provoca a juventude a [promover a] construção de um projeto pessoal de vida”, afirma. A ideia, segundo ele, é incentivar a juventude a pensar, a partir da realidade de cada grupo ou comunidade, as possibilidades para o futuro e refletir sobre as ações comunitárias e coletivas que os/as jovens fazem diante da realidade vivida.
 
O Dia Nacional da Juventude (DNJ) é celebrado desde 1986. A data escolhida para as atividades é o último domingo de outubro. Entretanto, neste ano, por conta das eleições municipais, as cidades que terão segundo turno eleitoral anteciparão a celebração para este domingo (21) ou adiarão as comemorações para o primeiro domingo de novembro (4). As atividades acontecem de forma descentralizada em todo o país. De acordo com Crisóstomo, o DNJ era realizado todos os anos a nível diocesano, mas, nesta edição, as ações ocorrerão a nível paroquial. "As atividades serão nas paróquias justamente por estarem mais próximas da base, do jovem”, explica.
 
Projeto Pessoal de Vida - De acordo com Thiesco Crisóstomo, secretário nacional da Pastoral da Juventude (PJ), o Dia Nacional da Juventude (DNJ) provocará o/a jovem a pensar e a construir um "projeto pessoal de vida”. Ou seja, a refletir e "colocar no papel” a vida dele/a, o que o/a jovem pensa e quer para o futuro a partir do questionamento do lema do DNJ: "Que vida vale a pena ser vivida?”.
 
No material de subsídiopara o DNJ, a Pastoral de Juventude explica que o Projeto Pessoal de Vida deve ser construído a partir de um diálogo com Deus e pensado no pessoal e no comunitário, com perspectivas de desejos para a vida toda e metas mais curtas, como anuais, por exemplo.  Para facilitar a construção do Projeto Pessoal de Vida, o subsídio sugere que o/a jovem pense e escreva em um papel: as metas que deseja alcançar, a realidade atual na qual se encontra, e as ações que precisam ser realizadas para alcançar os objetivos.  O documento ainda destaca que as reflexões devem levar em consideração as cinco dimensões propostas no Documento de Aparecida para a formação de discípulos missionários de Jesus Cristo: Espiritual, Humana, Comunitária, Intelectual e Pastoral Missionária.
 
Para mais informações, acesse: http://www.pj.org.br/
 
Fonte: Adital Jovem

23 de outubro de 2012

Senado realizará duas audiências públicas sobre Estatuto da Juventude

O Estatuto da Juventude será tema de duas audiências públicas da Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Essa decisão motivou que a proposta fosse retirada da pauta da Reunião Ordinária da comissão na última quarta-feira, dia 17, até que as audiências sejam realizadas.
 
Após seis meses, o relator, senador Paulo Paim (PT-RS), avaliou que a matéria ainda não está em condições de ser votada pela comissão e merece ter a discussão aprofundada.
 
O Estatuto da Juventude estabelece diretrizes para as políticas públicas destinadas aos jovens, bem como institui o Sistema Nacional de Juventude.
 
Audiências
 
A primeira das audiências deverá ser realizada no Rio Grande do Sul, com a presença da relatora da matéria na Câmara dos Deputados, a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS).
 
A outra audiência será realizada pela CAS em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), presidida por Paulo Paim.
 
É a sua chance de contribuir!
 
A intenção das audiências públicas é aumentar a participação da sociedade civil e dos governos na elaboração do Estatuto da Juventude.  Por isso, fique atento ! Em breve, o Senado irá divulgar os contatos, locais e as datas dos eventos.

Você pode colaborar mesmo a distância, virtualmente através do twitter e do Facebook, por exemplo. Compartilhe as suas considerações sobre a proposta da lei orgânica dos jovens! Envie mensagem para os seus amigos e para os Senadores e Deputados membros da CAS no Senado ou os parlamentares da sua preferência.

Utilizando as buscas das redes sociais é muito fácil de achar os perfis de parlamentares, organizações e jornalistas. O Senador Paulo Paim (@PauloPaim) e a Deputada Manuela D´Ávila (@_manuela65), por exemplo, interagem com os usuários do Twitter através da rede.

Fonte: Agência Senado

Mês da Consciência Negra: violência contra jovens negros será foco nos debates da CUT-SP e dos movimentos sociais

O enfrentamento à violência contra os jovens negros será foco principal dos debates nos eventos programados pela CUT São Paulo e pelos movimentos sociais para comemorar o Dia da Consciência Negra no próximo 20 de novembro, segundo Rosana Aparecida da Silva, secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP.
 
Em reunião dia 18 de outubro na sede da CUT-SP, representantes de várias entidades do movimento negro e de sindicatos filiados à Central apresentaram e discutiram propostas de atividades políticas e culturais, e a necessidade de refletir e reivindicar medidas de combate ao crescente extermínio da juventude negra foi uma preocupação apontada por todos os participantes. "Não há nenhuma medida contra a violência que atinge a população negra. O movimento negro tem feito várias ações para tentar mudar essa situação, mas não tivemos nenhuma resposta da Polícia Militar ou do Ministério Público Estadual paulista”, alertou a dirigente cutista.
 
No final de setembro o governo federal lançou o Juventude Viva, programa piloto que integra a primeira etapa do Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra e que prevê diversas ações voltadas aos jovens, como adoção do período integral nas escolas estaduais e criação de espaços culturais. O programa prevê, ainda, a capacitação dos profissionais que atuam com a juventude, incluindo os policiais militares. Na avaliação de Rosana, o programa deve ser implementado em São Paulo com urgência porque no governo estadual - onde Geraldo Alckmin diz que quem reagir à polícia vai morrer - os principais alvos da violência têm sido os jovens negros.
 
Além das diversas mortes recentes em conflitos envolvendo a Polícia Militar no Estado de São Paulo, dados do Ministério da Saúde revelam que 53% dos assassinatos do País têm jovens como vítimas e, do total, mais de 75% são negros.
 
Outra medida, em fase de estruturação pela CUT-SP, é a criação de um órgão da própria Central para receber e apurar denúncias de discriminação racial sofrida pelos trabalhadores e trabalhadoras, dando o encaminhamento jurídico necessário a cada caso. Apesar da existência de órgãos de denúncia dos governos estadual e municipal, os casos, quando registrados efetivamente, têm se tornado apenas estatísticas, sem a devida atenção e a tomada de medidas necessárias para garantir igualdade à população negra.
 
Fonte: CUT

22 de outubro de 2012

Estação Juventude: Secretaria Nacional de Juventude lança novo programa em parceria com estados e municípios

A Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), da Secretaria-Geral da Presidência da República, lança o programa Estação Juventude, realizado em parceria com estados e municípios. O objetivo é promover a inclusão e emancipação dos jovens, com a ampliação do acesso às políticas públicas por meio destes equipamentos públicos.
 
A Estação Juventude oferecerá informações sobre programas e ações para os jovens, além de orientação, encaminhamento e apoio para que eles próprios tenham condição de construir as suas trajetórias e buscar as melhores formas para a sua formação. De acordo com a secretária nacional de Juventude, Severine Macedo, "esta é uma estratégia que visa garantir, na prática, a autonomia e emancipação dos jovens".
 
Nessa etapa, o programa será implementado em dois formatos. O primeiro são as 20 unidades complementares, instaladas em equipamentos públicos municipais já existentes, que irão viabilizar o atendimento qualificado para jovens nestes locais. Como ação do Plano Juventude Viva, a prioridade é instalar estas Estações Juventude em cidades com maior incidência de violência contra a juventude negra. O outro formato são as sete unidades itinerantes, ou seja, ônibus que irão percorrer localidades diferentes para ampliar, territorialmente, o acesso a informações sobre estas políticas públicas. Neste caso, além de estar voltado para a juventude negra, o foco serão também as áreas rurais com maior concentração de jovens.
 
Os espaços do programa Estação Juventude contarão com gestores capacitados para fornecer informações e desenvolver atividades que facilitem o acesso dos jovens a serviços e políticas públicas que atendam às suas necessidades. “Com esta iniciativa, vamos ampliar os benefícios que esses programas podem trazer aos jovens, fazendo diferença em suas vidas. É, especialmente, mais uma forma do Estado reconhecer os direitos deste segmento", ressalta a secretária.
 
Como participar - As unidades complementares do programa Estação Juventude serão implementadas por meio de convênios da Secretaria Nacional de Juventude com municípios no valor de até R$ 258 mil. As itinerantes serão feitas em parceria com estados, por meio de convênios de até R$ 633 mil. Os interessados devem enviar as suas propostas até o dia 9 de novembro, através do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV).
 
Para orientar os gestores estaduais e municipais interessados no programa Estação Juventude, a SNJ irá realizar uma oficina no dia 30 de outubro, das 9 às 18h, em Brasília. Esta atividade tem a função de orientar a elaboração dos planos de trabalho e inclusão das propostas no SICONV. A participação nesta oficina não é obrigatória e todas as despesas do deslocamento e alimentação dos gestores são de responsabilidade das prefeituras e governos estaduais. Além disso, as dúvidas sobre o programa podem ser tiradas pelos telefones (61) 3411-3912 e 3411-3554.
 
Fonte: Secretaria Nacional de Juventude

Dieese abre inscrições para segunda turma do curso de Ciências do Trabalho

O Dieese já abriu inscrições para sua segunda turma de graduação em Ciências do Trabalho. As inscrições vão até 12 de novembro. Serão 40 vagas para o bacharelado – o curso, com duração de três anos, começa no primeiro semestre do ano que vem. A primeira classe iniciou aulas em 1º de agosto, no período noturno.

As inscrições podem ser feitas pelo portal www.escola.dieese.org.br ou pessoalmente, na sede do instituto: rua Aurora, 957, no bairro de Santa Ifigênia, na região central de São Paulo, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. A taxa de inscrição custa R$ 20. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (11) 3821-2150 e 3821-2155.

O processo de seleção terá duas fases. A primeira, em 25 de novembro, prevê prova de conhecimentos gerais. Depois, de 3 a 8 de dezembro e de 10 a 15 de dezembro, haverá entrevista baseada nas informações do candidato e na redação da primeira etapa. O valor da mensalidade para o ano que vem foi fixado em R$ 590.

Segundo o Dieese, a escola foi credenciada pelo Ministério da Educação em 21 de outubro de 2011 para oferecer o curso por três anos, com o compromisso de iniciar a primeira turma em até 12 meses após a homologação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

No lançamento da primeira turma, o coordenador de Educação do Dieese, Nelson Karam, afirmou que não existia uma área do conhecimento com essa denominação (Ciências do Trabalho). “Muitas universidades já abordam a questão do trabalho, mas limitado a determinado campo. O objetivo é reunir diversos assuntos, basicamente da área de humanas, sob a ótica do mundo do trabalho, como Antropologia, Economia, Direito e Sociologia. Será um olhar sobre o trabalho, que hoje está repartido, reunido em um espaço.”

O instituto lembra que a escola resgata projeto dos fundadores do Dieese, em 1955, que já naquele período tinham a intenção de organizar uma universidade dos trabalhadores.
 

19 de outubro de 2012

Câmara aprova projeto que cria o PNE com destinação de 10% do PIB para a educação

A Câmara concluiu nesta terça (16) a aprovação do projeto que cria o PNE (Plano Nacional de Educação) e prevê a duplicação do gasto público em educação, em um período de dez anos, para 10% do PIB (Produto Interno Bruto). A medida afeta União, Estados e municípios, que hoje gastam o equivalente a 5% do PIB em educação. O texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e seguirá diretamente para o Senado -no início do mês, requerimento do governo para que o texto fosse examinado pelo plenário da Câmara foi rejeitado.

A tramitação do projeto, contudo, ainda pode ser longa. Segundo o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a expectativa é que o texto seja alterado pelos senadores. Se isso ocorrer, o projeto volta à Câmara. "Não ficou definida a fonte de financiamento do Plano Nacional de Educação nem as responsabilidades dos entes federativos. Caberá ao Senado dar um corpo melhor ao texto", afirma.

A proposta original do plano, encaminhada pelo Executivo ao Congresso, previa a elevação desse patamar para 7% do PIB em dez anos. Durante a tramitação do projeto, sob pressão de movimentos ligados à educação, o limite foi elevado para 10%. Também foi incluído um artigo prevendo uma reserva de 50% dos recursos arrecadados com o pré-sal, incluindo os royalties, para a educação.

O novo trecho causou polêmica, porque deputados alegaram que ele distorce redação da lei sobre a exploração do petróleo, aprovada há dois anos -o que na prática tornaria a previsão inócua. No governo, o discurso oficial é que há disposição para aceitar o gasto de 10% do PIB, desde que haja uma previsão clara de financiamento. Os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais) já defenderam a vinculação dos recursos do pré-sal para a educação. Ontem, o MEC reiterou que é preciso indicar a fonte do financiamento e reforçou o direcionamento dos royalties do pré-sal para a educação.

Metas

Entre os objetivos estabelecidos está o de universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches para atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos. Também está na lista das metas a criação de planos de carreira para os profissionais da educação pública.
 
Fonte: CNTE

18 de outubro de 2012

Atentado da ThyssenKrupp-CSA à população de Santa Cruz, no Rio de Janeiro

Publicamos aqui a reportagem exibida pelo programa A Liga, da Band, que foi ao ar na última terça-feira (16), que mostra claramente os problemas que a Companhia Siderúrgica do Atlântico, da ThyssenKrupp (a partir de 1:20) tem gerado aos moradores do Bairro Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Trata-se de um crime contra a saúde e a dignidade humana.
 

17 de outubro de 2012

Juventude metalúrgica da Alemanha produz vídeo para incentivar colegas a se filiarem ao sindicato


 
Os representantes da juventude e dos recém formados no ensino técnico no sindicato alemão IG Metall, produziram um filme para incentivar os jovens metalúrgicos a participarem das lutas sindicais em suas empresas e regiões.
 
O vídeo é dividido em alguns eixos para que o jovem se conscientize do seu papel e dos seus direitos como trabalhador:
 
No eixo Laut (Alto), a mensagem é para que os companheiros defenda de forma veemente aquilo que que considerem importante em uma greve. Em Stark (Forte), o vídeo mostra a importância da força do grupo, que coletivamente é mais forte do que em uma luta individual. Já no eixo Gross (Grande), é mostrada a importância se sentir-se protegido para superar desafios e crescer a partir de erros cometidos.
 
No vídeo também destaca-se o Dia do Trabalho, as novas perspectivas e sonhos da juventude e a importância de participar ativamente das campanhas salariais, para alcançar coletivamente os progressos da categoria, discutir sobre trabalho político e sobre formas de se conquistar a confiança. Por fim, os jovens também lembram da importância de os trabalhadores participarem do modelo de co-gestão, garantido por Lei na Alemanha e que dá direito de que as decisões estratégicas da empresa sejam tomadas em conjunto com os acionistas.

Assessoria CNM/CUT

16 de outubro de 2012

Depressão afeta jovens e adultos na mesma proporção, diz OMS

A depressão afeta jovens e adultos na mesma proporção, anunciou nesta terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), que também constatou um aumento de casos registrados entre os menores de idade na última década. "O número de crianças e adolescentes, de 12 a 25 anos, que sofrem de depressão é tão alto como nos adultos.
 
O problema, neste caso, é que a depressão não é detectada porque não há consciência de sua real incidência", afirmou em entrevista coletiva Shekhar Saxena, diretor do departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS. "Os sintomas que afetam jovens e adultos costumam ser diferentes, mas a doença é a mesma", explicou Saxena, que ressaltou que por conta deste fato a depressão não é detectada com facilidade.
 
De fato, a depressão, doença que afeta 350 milhões de pessoas no mundo todo, é um fenômeno global que pode se manifestar em todas as idades, regiões e em ambos os sexos. No entanto, a mulher se mostra muito mais vulnerável, já que há consideravelmente mais casos entre as mulheres que entre os homens. "A depressão é muito mais prevalente nas mulheres, que possuem, claramente, mais tendência que os homens. A depressão pós-parto é bastante comum. De fato, ela afeta 10% das mães em países desenvolvidos e 20% nos países em desenvolvimento.
 
Os homens, no entanto, têm mais tendência a abusar do álcool e do consumo de drogas", afirmou Saxena. Segundo a OMS, 20 milhões de pessoas tentam se suicidar a cada ano, sendo que pelo menos 1 milhão de pessoas morrem através desta prática. De cada dois suicídios consumados, um tem a depressão como causa direta, enquanto a percentagem chega a ser superior a 50% em relação às tentativas.
 
A depressão é o resultado de complexas interações entre fatores sociais, psicológicos e biológicos. Há relações entre a depressão e a saúde física; assim, por exemplo, as doenças cardiovasculares também podem ser capazes de produzir depressão e vice-versa. Além disso, as circunstâncias estressantes, como pressões econômicas, desemprego, conflitos e desastres naturais, também podem contribuir para um quadro depressivo.
 
No 20º aniversário do Dia Mundial da Saúde Mental, que será celebrado nesta quarta-feira, a OMS faz uma chamada aos Estados-membros para alertar que a depressão é uma doença frequente e que os governos devem se empenhar para ajudar as pessoas a aceitá-la e, principalmente, tratá-la.
 
De acordo com Saxena, a metade das pessoas que sofre de depressão não a reconhece e, por isso, não busca tratamento e nem um apoio psicossocial, que costumam ser tão importantes quanto os remédios. O especialista da OMS também lembrou que este é um tema crucial, já que pelo menos 5% da população de qualquer comunidade do mundo sofreram ou sofrem de depressão. EFE mh/fk

Fonte: Agência Efe

15 de outubro de 2012

Adolescentes e jovens se reúnem em todo o Brasil pela democratização da comunicação

No dia 17 de outubro adolescentes e jovens em mais de 15 cidades brasileiras, nas cinco regiões do país, vão soltar a voz pela democratização da comunicação no DIA “C” – Dia da Juventude Comunicativa. A ideia, encabeçada pela Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicador@s – RENAJOC, é chamar a atenção para a necessidade de mudanças no atual Código Brasileiro de Telecomunicações, que em agosto completou 50 anos carregando consigo um histórico de concentração dos meios de comunicação nas mãos de pouquíssimos grupos privados, que juntos comandam mais de 600 meios de comunicação no país.

A RENAJOC entende que esse domínio dos meios de comunição por grupos privados comandados por famílias ricas e poderosas ferem a liberdade de expressão e especialmente o acesso de adolescentes e jovens à informação e à participação na produção da comunicação no país. Por isso, além de usarem o DIA “C” para falar desse assunto nas redes sociais, com hasdhtag #peloDiretoaComunicacao, os integrantes da RENAJOC vão realizar oficinas e intervenções urbanas nas suas cidades.

Em Fortaleza, por exemplo, com o apoio da organização Catavento, jovens vão ocupar uma praça pública fazendo talkshows e dando oficinas de rádio com a temática “democratização da comunicação”. Já em Natal e em Brasília, coletivos jovens vão organizar Conferências Livres sobre Direito à Comunicação e criar propostas de políticas que contemplem a participação da juventude na produção das informações. Na cidade de São Mateus, no Espírito Santo, a praça da cidade vai ser tomada por oficinas de fanzine, jornal mural, desenho, fotografia e intervenções de grafite. Em São Paulo e Rio de Janeiro, adolescentes e jovens vão promover intervenções urbanas por ruas movimentadas das capitais.

Esses são apenas alguns exemplos das ações, que serão relatadas ao longo do dia 17 no blog da RENAJOC – renajoc.org.br – e nas redes sociais da Rede e de seus parceiros. O DIA “C” conta com o apoio da ONG Viração Educomunicação, do Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF, a Fundação Friedrich Ebert Stiftung – FES e a Fundação Luterana de Diaconia.

#paraexpressaraliberdade

Após o DIA “C”, os adolescentes e jovens da RENAJOC continuam suas mensagens junto com a campanha “Para expressar a liberdade – uma nova lei para um novo tempo”. Organizada por dezenas de entidades civis que atuam na área de comunicação e liberdade de expressão, a campanha propõe cobrar uma nova legislação brasileira para a comunicação, contemplando a participação da sociedade e a diversidade de grupos que atuam na produção dos conteúdos.

Ao longo do dia a campanha vai realizar um twitaço com a hashtag #paraexpressaraliberdade e algumas ações vão acontecer pelo país, dando continuidade à mensagem do DIA “C”, cobrando a democratização dos meios de comunicação e a liberdade de expressão. Mais informações no site: www.paraexpressaraliberdade.org.br

Fonte: Agência Jovem

11 de outubro de 2012

Bolsa de estudos aumenta possibilidades para negros na carreira diplomática

O programa é voltado para a carreira diplomática do Itamaraty e visa aumentar a possibilidade da diversidade étnica na ocupação desses cargos
 
O Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e o Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), abriram as inscrições para bolsas de estudos direcionadas a pessoas negras.
 
As inscrições podem ser feitas no site do Cespe/UNB, entre os dias 8 e 29 de outubro, mediante o pagamento da taxa de R$ 86, por candidatos que tenham concluído ou irão concluir curso superior até o final de 2013.
 
A iniciativa faz parte do Programa de Ações Afirmativas do Instituto Rio Branco – Bolsa Prêmio de Vocação para a Diplomacia que, desde 2002, investe na capacitação de candidatos negros à carreira de diplomata, concedendo bolsas de estudos no valor de R$ 25 mil, com duração de dez meses. O investimento deve ser usado para custear cursos preparatórios e aquisição de material didático que os auxiliem no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata.
 
Etapas
 
Na primeira etapa da iniciativa os candidatos participarão de prova sobre os conteúdos de língua inglesa, portuguesa, história do Brasil e noções de política internacional, que serão aplicadas pelo Cespe/UNB em Brasília e em outras nove cidades.
 
A segunda etapa da seleção conta com a participação das secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e dos Direitos Humanos (SDH), e da Fundação Cultural Palmares (FCP). Nessa fase, realizada exclusivamente em Brasília, os selecionados que necessitarem, receberão passagens aéreas de ida e volta e ajuda de custo para deslocamento.
 
Fonte: Juventude.SP

10 de outubro de 2012

Novo Diretor-Geral da OIT quer prioridade no combate ao desemprego juvenil


O novo Diretor-Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, pediu que todos os programas voltados para o desemprego juvenil tenham atenção com a situação presente. Atualmente, os jovens representam mais de um terço dos 200 milhões de desempregados.

“Todas as evidências mostram que, se um jovem está fora do trabalho por um ano ou mais, no início de sua carreira, toda a sua vida profissional será afetada”, disse Ryder ontem (1), mesmo dia em que assumiu o cargo mais importante da OIT.

Ryder disse que a OIT pretende tornar  a questão juvenil uma prioridade nos próximos meses. Ele pediu que os programas que oferecem a experiência ou treinamento deste segmento realizem suas promessas e que sejam explorados como uma forma de ajudar os 75 milhões de jovens desempregados no mundo a encontrar emprego.

O funcionário da ONU também enfatizou a natureza internacional da crise econômica, argumentando que apenas uma resposta mundial pode combatê-la de forma adequada. “Essa crise precisa ser tratada na escala que existe, a nível global”, disse ele. “Temos que construir soluções globais. Não haverá no final soluções nacionais sustentáveis para este problema”, disse Ryder.

Enquanto a criação de vagas é um objetivo, a qualidade trabalhista também deve ser focada. “Direitos no trabalho são essenciais para a recuperação”, disse. “Não devemos acreditar na crença de que mais vagas de emprego significam o abandono das normas internacionais do trabalho”, completou.

Fonte: ONU

9 de outubro de 2012

Desmotivação dos jovens em relação à política é tendência mundial, analisa especialista


Embora o número de eleitores aptos ao voto facultativo, com 16 e 17 anos de idade, tenha aumentado em relação à última eleição, em 2010, a percepção é que há um desinteresse dos jovens nessa faixa etária em relação à eleição deste ano. A avaliação é do cientista político Eurico de Lima Figueiredo, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Para ele, essa percepção não é só restrita ao Brasil.

“A desmotivação é mundial”, disse. “Parece que nós vivemos uma época em que os jovens encontram soluções que já estão dadas”, completou. Figueiredo acredita, no entanto, que principalmente agora, na Europa, haverá um recrudescimento da participação juvenil na tentativa de encontrar soluções para os novos problemas colocados pela crise econômica.

“A tradição mostra que são os jovens que mais reagem a situações de crise, inclusive porque eles trazem dentro de si o futuro e reconhecem nas situações críticas do presente o que não deve ser feito e o que precisa ser mudado”. No caso do Brasil, analisou que a última participação forte da juventude na política ocorreu com a geração dos “caras pintadas”, que foram às ruas pelo impeachment de Fernando Collor, da Presidência da República (1992).

Por isso, reiterou que a desmotivação é uma tendência geral do mundo, que vive uma situação que, “para o jovem, é relativamente confortavel”. Segundo o professor de pós-graduação em ciência política da UFF, há uma ideologia espalhada no ar, que se denomina pós-modernismo, onde se cultiva muito o individualismo, em vez das preocupações coletivas e sociais. E isso tudo influencia o comportamento juvenil. ”Por isso, não é de se estranhar que haja essa desmotivação”, declarou.

Vinicius de Sá Machado foge a essa regra. Morador de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, o estudante de 17 anos lamentou ter perdido o prazo para tirar o título de eleitor para poder votar no próximo domingo (7). Ele se definiu motivado. “Os candidatos todos despertam o interesse. Mas muitos prometem e não fazem nada”, disse à Agência Brasil. “Eu queria votar para ajudar a minha cidade”, acrescentou.

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, chamou a atenção para o fato que apesar de o número percentual de jovens entre 16 e 18 anos incompletos com inscrição eleitoral não ser tão expressivo, “ano a ano, nas eleições, nunca tantos jovens estiveram aptos a votar”.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de brasileiros de 16 e 17 anos que têm inscrição eleitoral subiu de 2.391.092, em 2010, para 2.913.627 este ano. O mesmo ocorreu em relação ao estado do Rio de Janeiro, onde o número de eleitores nessa faixa etária evoluiu de 103.948, na eleição de 2010, para 117.988, em 2012.

Iliescu observou que ao mesmo tempo é grande o número de candidatos jovens. “No geral, vai ser uma eleição que tem recorde de participação de jovens, tanto em eleitores, como em candidatos”. Por essa razão, definiu como relativo o dado que aponta uma desmotivação dos eleitores de 16 e 17 anos para o pleito deste ano.

Destacou que o voto para menores de 18 anos foi um direito conquistado na Constituição de 1988. “É um direito caro para o país e uma forma importante de os jovens entrarem em contato com a cidadania e com seus deveres enquanto cidadãos para opinarem sobre a política em seu país”.

A UNE pretende trabalhar para que os jovens “agarrem esse direito com mais expressão”. A impressão do presidente da entidade estudantil é que existe um certo desencanto, uma rejeição à política, diante do atual cenário político nacional. “Mas, por outro lado, existe cada vez mais entre os jovens a noção que a política ajuda a mudar as coisas”.

Entre as políticas públicas que obtiveram sucesso nos últimos tempos, citou como exemplo a questão das cotas. A percepção, explicou Iliescu, é que o jovem, ao prestar mais atenção no debate eleitoral, pode mudar as coisas no Brasil, “devido à vigilância da sociedade contra a corrupção”.

“Se por um lado existe uma certa rejeição à política, eu entendo que ela vai cedendo espaço, cada vez mais, a uma vontade do jovem de participar mais das coisas”. O presidente da UNE estimou, porém, que serão necessárias mais algumas eleições para que essa participação da juventude na política possa se tornar mais nítida”.

Fonte: DCI